O animal que acredita-se ser o responsável pelo ataque foi capturado em 24 de abril. A onça-pintada defecou enquanto era levada para o Centro de Reabilitação de Animais Silvestres (Cras), em Campo Grande (MS).
Nas fezes do felino, agentes encontraram fragmentos de ossos e cabelo aparentemente humano. Em nota enviada ao Portal iG, a PCMS informou que o delegado Luis Fernando Domingos Mesquita, responsável pelas investigações, fez o pedido da análise de DNA à perícia cientifica.
Segundo a corporação, até o momento não é possível afirmar, ainda, se de fato são fragmentos humanos.
O material foi recolhido, os restos mortais retirados e levados ao Instituto de Perícia para análise. Os peritos vão comparar essa amostra com os restos encontrados na mata e com o sangue coagulado que também foi coletado. Os resultados devem confirmar que o animal atacou o caseiro.
A onça-pintada, um macho de 94 kg, não deve voltar à natureza e deve ser incorporado ao Programa de Manejo Populacional da Onça-Pintada, coordenado pelo Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio). O animal apresenta alto grau de desidratação e tem rins e fígado comprometidos.
Relembre o caso
Jorge Ávalo, de 60 anos, morreu no dia 21 de abril após ser atacado por uma onça-pintada em um pesqueiro na região de Touro Morto, no Pantanal sul-matogrossense. No mesmo dia, foram encontradas pegadas do felino junto a pedaços do corpo do homem.
No dia 22, outras partes do cadáver foram encontradas em uma toca do felino, em uma área de mata fechada, a cerca de 300 metros de onde a vítima foi atacada. O animal atacou a equipe de buscas, que teve ferimentos leves.
O felino rondava o pesqueiro onde aconteceu o ataque, no qual teria aprendido a rotina do caseiro e se acostumado com o ambiente. O animal só foi capturado no dia 24.
As autoridades consideram várias hipóteses para o incidente: escassez de alimento, comportamento territorial ou defensivo do animal, período reprodutivo (que acentua a agressividade dos machos) ou alguma ação involuntária da vítima que possa ter provocado o ataque.